Republico aqui o post: "Regras da nova reforma ortográfica" do Portal R7, por considerar bastante útil aos leitores.
Ilustração da abrangência do Acordo Ortográfico |
Do R7
Apesar de não ser mais novidade, a reforma
ortográfica da língua portuguesa ainda engana estudantes em vestibulares e
provas. O acordo que mudou regras do idioma entrou em vigor em 2009.
Desde então, é comum que as mudanças causem confusão entre os brasileiros.
O uso do trema, por exemplo, foi banido -
palavras como "consequência", "linguiça" e
"pinguim" não usam mais o sinal gráfico.
O uso dos acentos também mudou.
Palavras paroxítonas que antes eram acentuadas, como "paranoia",
"jiboia", não levam mais o acento. A regra vale para
ditongos abertos terminados em "éi" e "ói".
Outra novidade é o fim do uso do acento
diferencial em palavras como "pára" (com o significado de parar) e
"para" (preposição"). Há dois anos, a frase
"protesto para a avenida Paulista" não permite mais acento
diferencial, por exemplo.
Pensando nisso, o R7 preparou
uma tabela com as regras da reforma ortográfica, que pode ser
obtida neste link.
Exemplos de mudanças |
Trago também considerações compiladas pelo Blogs InterNey a respeito da
reforma ortográfica.
Do Blogs InterNey
No Brasil, 0,5% das palavras sofrerão modificações, em Portugal e
nos demais países lusófonos, as mudanças afetarão cerca de 2.600 palavras, ou
seja, 1,6% do vocabulário total.
Para facilitar [...] a sua vida e a minha, decidi publicar esse resumão com as principais
mudanças:
Alfabeto
• Nova Regra: O alfabeto
agora é formado por 26 letras.
• Regra Antiga: O 'k', 'w'
e 'y' não eram consideradas letras do nosso alfabeto.
• Como Será: Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes
próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron,
byroniano.
Trema
• Nova Regra: Não existe
mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus
derivados, por exemplo: Müller, mülleriano.
• Regra Antiga: agüentar,
conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, frqüência, freqüente, eloqüência,
eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça.
• Como Será: aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio,
frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim,
tranquilo, linguiça.
Acentuação
• Nova Regra: Ditongos
abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas
• Regra Antiga:
assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia,
paranóia, jibóia, apóio, heróico, paranóico.
• Como Será: assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia,
panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, apoio, heroico, paranóico
Observações:
• nos ditongos abertos de
palavras oxítonas e monossílabas o acento continua: herói, constrói, dói,
anéis, papéis.
• o acento no ditongo aberto
'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
• Nova Regra: O hiato 'oo'
não é mais acentuado.
• Regra Antiga: enjôo,
vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abençôo, povôo.
• Como Será: enjoo, voo,
coroo, perdoo, coo, moo, abençoo, povôo.
• Nova Regra: O hiato 'ee'
não é mais acentuado.
• Regra Antiga: crêem,
dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem.
• Como Será: creem, deem,
leem, veem, descreem, releem, revêem.
• Nova Regra: Não existe
mais o acento diferencial em palavras homógrafas.
• Regra Antiga: pára
(verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (substantivo),
péra (substantivo), pólo (substantivo).
• Como Será: para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo
(substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo (substantivo).
Observação:
• o acento diferencial
ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo
- 'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar da preposição 'por'
• Nova Regra: Não se
acentua mais a letra 'u' nas formas verbais rizotônicas, quando precedido de
'g' ou 'q' e antes de 'e' ou 'i' (gue, que, gui, qui)
• Regra Antiga: argúi,
apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, obliqúe
• Como Será: argui,
apazigue,averigue, enxague, ensaguemos, obliqúe
• Nova Regra: Não se
acentua mais 'i' e 'u' tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo
• Regra Antiga: baiúca,
boiúna, cheiínho, saiínha, feiúra, feiúme
• Como Será: baiuca, boiuna, cheiinho, saiinha, feiura, feiume
Hífen
• Nova Regra: O hífen não
é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos)
terminados em vogal + palavras iniciadas por 'r' ou 's', sendo que essas devem
ser dobradas
• Regra Antiga: ante-sala,
ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico,
arqui-rivalidae, auto-regulamentação, auto-sugestão, contra-senso,
contra-regra, contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco,
infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal,
supra-sensível
• Como Será: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial,
antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação,
contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom,
inrarrenal, ultrarromântico, ultrassonografia, suprarrenal, suprassensível
Observação:
• em prefixos terminados
por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada pela mesma letra:
hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial,
inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, super-resistente
etc.
• Nova Regra: O hífen não
é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos)
terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal
• Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado
• Regra Antiga: auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado
• Como Será: autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem,
autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação,
contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular,
intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiautomático,
semiárido, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado.
Observações:
• esta nova regra vai
uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano,
socioeconômico etc.
• esta regra não se
encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h': anti-herói, anti-higiênico,
extra-humano, semi-herbáceo etc.
• Nova Regra: Agora
utiliza-se hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo)
terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
• Regra Antiga:
antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista,
arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico
• Como Será: anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário,
anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus,
micro-orgânico
Observações:
• esta regra foi alterada
por conta da regra anterior: prefixo termina com vogal + palavra inicia com
vogal diferente = não tem hífen; prefixo termina com vogal + palavra inicia com
mesma vogal = com hífen
• uma exceção é o prefixo
'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', NÃO utliza-se hífen.
• Nova Regra: Não usamos
mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição
• Regra Antiga:
manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque,
pára-vento
• Como Será: mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama,
parabrisa, parachoque, paravento
Observação:
• o uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm
elemento de ligação e constiui unidade sintagmática e semântica, mantendo o
acento próprio, bem como naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas:
ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião, conta-gotas, guarda-chuva,
segunda-feira, tenente-coronel, beija-flor, couve-flor, erva-doce, mal-me-quer,
bem-te-vi etc.
O uso do hífen permanece
• Em palavras formadas por
prefixos 'ex', 'vice', 'soto': ex-marido, vice-presidente, soto-mestre.
• Em palavras formadas por
prefixos 'circum' e 'pan' + palavras iniciadas em vogal, M ou N: pan-americano,
circum-navegação.
• Em palavras formadas com
prefixos 'pré', 'pró' e 'pós' + palavras que tem significado próprio:
pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação.
• Em palavras formadas pelas palavras 'além', 'aquém', 'recém',
'sem': além-mar, além-fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados,
sem-número, sem-teto.
Não existe mais hífen
• Em locuções de qualquer
tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas
ou conjuncionais): cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel,
sala de jantar, cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de
etc.
• Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa,
mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-deus-dará, à queima-roupa.
Consoantes não pronunciadas
Fora do Brasil foram eliminadas
as consoantes não pronunciadas:
• ação, didático, ótimo, batismo em vez de acção, didáctico,
óptimo, baptismo
Grafia Dupla
De forma a contemplar as
diferenças fonéticas existentes, aceitam-se duplas grafias em algumas palavras:
• António/Antônio,
facto/fato, secção/seção.
Existem algumas
controvérsias, tentei trabalhar apenas com aquilo que me pareceu ser senso
comum.
Para informações detalhadas, consultar o Decreto federal nº 6.583, de 29 de setembro de 2008, que promulgou no Brasil o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, e aprovado pelo Congresso Nacional brasileiro, por meio do Decreto Legislativo nº 54, de 18 de abril de 1995, http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Decreto/D6583.htm. O Acordo vigora desde janeiro de 2009 e tem até o dia 31 de dezembro de 2012 como período de adaptação, após o qual passará a ser exigido em todos os âmbitos oficiais, inclusive nos vestibulares e concursos públicos.